Associação dos Produtores Santamarienses em Defesa da Vida
QUANDO SURGIU A AGRICULTURA ALTERNATIVA E PORQUE SURGIU?
Em 1985 um grupo de pessoas ligadas a Igreja Luterana e ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá vendo o grande número de pessoas doentes no meio rural e algumas delas morrendo ainda muito jovens devido ao uso abusivo de agrotóxicos decidiram que era preciso fazer alguma coisa para mudar este quadro.
Começaram então a discutir o assunto, o Engº. Agrº. Eduardo Safons Soares da entidade PTA-FASE que desenvolvia trabalhos com Agricultura Orgânica no Sul do país e que estava desenvolvendo trabalhos no Espírito Santo foi convidado para essa discussão com o intuito de estar passando sua experiência para os Agricultores Familiares.A partir desta reunião 2 ou 3 famílias abandonaram o uso de agrotóxicos imediatamente.
Como a Agricultura Alternativa necessita de um solo equilibrado e os solos de Santa Maria estavam muito maltratados com o uso de agrotóxicos e adubos químicos os resultados iniciais não foram bons. Os Agricultores Familiares começaram então buscar caminhos para resolver estes problemas.
Os Agricultores Familiares passaram a não fazer mais queimadas, pararam com a adubação química e aumentaram a adubação com matéria orgânica, mesmo assim, continuaram enfrentando sérios problemas de produção mesmo porque existiam muitas coisas escritas sobre “Agricultura Alternativa”, porém, a maioria destas coisas não funcionava ou funcionava precariamente. Com isto os Agricultores Familiares tiveram que fazer muitas experiências para selecionar as técnicas que eram viáveis e as que não eram viáveis na região. Foi um período muito difícil com safras perdidas e dificuldades financeiras enfrentadas pelo agricultor. Neste período foi criada a Associação dos Produtores Santamariense em Defesa da Vida - APSAD-VIDA.Os associados da APSAD-VIDA começaram trabalhando com muita vontade na “Agricultura Alternativa”. As dificuldades financeiras eram grandes e quando se perdia uma safra o problema se agravava.
No início da década de 90, começava o domínio do processo produtivo, o solo já estava bastante recuperado e a produção começava a trazer bons resultados sem grandes perdas de safras.
Em 1991 foi assinado um convênio com a entidade Alemã EZE no qual previa a contratação de um técnico para assegurar aos agricultores. Quando o convênio terminou, a Prefeitura Municipal de Santa Maria de Jetibá assumiu o pagamento deste técnico e após 2 anos este profissional foi incorporado a equipe técnica da Secretaria Municipal de Agricultura que continuou a dar assistência aos associados da APSAD-VIDA. Com a morte do presidente da Associação Albertino Ulhig e alguns problemas de ordem administrativa no período de 99 a 2001 a Associação só contou com assistência técnica. A partir de agosto de 2001 o Incaper assumiu a assistência técnica a APSAD-VIDA. Técnicos da Prefeitura Municipal de Santa Maria de Jetibá também tem dado assistência eventual a Associação.
Em 1992 a APSAD-VIDA contribuiu com alimentos orgânicos para a Eco 92.
Atualmente o processo produtivo no sistema orgânico está praticamente dominado. Hoje se tem altas produtividades nas hortaliças folhosas, repolho, couve-flor, cenoura, batata baroa, etc. As culturas que ainda continuam um tanto problemática são, o tomate e o pimentão.
As principais dificuldades são:
* Falta de recursos para investimento;
* Preço abusivo das sementes;
* Má qualidade das sementes;
* Dificuldade em conseguir matéria orgânica de qualidade;
* Altos custos com a matéria orgânica